III SEMINÁRIO DE LÍNGUAS INDÍGENAS DO SUL DA MATA ATLÂNTICA 20 e 21/09/2022

III SEMINÁRIO DE LÍNGUAS INDÍGENAS DO SUL DA MATA ATLÂNTICA: GUARANI, KAINGANG E LAKLÃNÕ/XOKLENG

20 e 21 de setembro de 2022

Em atenção À DÉCADA DAS LÍNGUAS INDÍGENAS (2022-2032, UNESCO)

Trata-se da terceira versão do Seminário voltado para a divulgação de políticas linguísticas envolvendo três línguas indígenas faladas no sul da Mata Atlântica. O evento é fruto de uma parceria entre estudantes indígenas, docentes do curso de Licenciatura Intercultural Indígena (LII) e o grupo de Políticas Linguísticas Críticas e Direitos Linguísticos (UFSC), com apoio do Programa de Pós-Graduação em Linguística. O evento agrega estudantes, professores e pesquisadores indígenas em torno da divulgação e defesa das línguas indígenas Guarani, Kaingang e Xokleng-Laklãnõ, faladas pelos povos indígenas que vivem na parte meridional do Bioma Mata Atlântica: Guarani (ES, RJ, SP, PR, SC, RS), Kaingáng (SP, PR, SC, RS) e Xokleng (SC). Busca-se valorizar o protagonismo de pesquisadoras/es indígenas na promoção dos debates e reflexões a serem realizados no evento, bem como na participação ativa na organização de atividades do evento.

Link de inscrição:  em breve

Programação preliminar:

20/09/2022

13h30 – Abertura

14h – Mesa-redonda: Linguagens, artes e cultura: práticas de valorização e divulgação

Representante do  GT Nacional da Década das Línguas Indígenas (a confirmar)

Dra Márcia Nascimento (GT Década das Línguas Indígenas – Kaingang)

Ms. José Benites  (Professor e pesquisador Guarani)

Josiane de Lima Tschucambang (Professora e pesquisadora Laklãnõ-Xokleng)

Local: Auditório CCE (a confirmar)

16h – Intervalo

16h30 – Roda de conversa: Sobre práticas de pesquisa na LII

Entre os membros da Mesa-redonda e os estudantes e docentes da LII.

 

21/09/2022

 10h-12h – Mesa-redonda: Revitalização de Línguas Indígenas no Brasil

Representante do  GT Nacional da Década das Línguas Indígenas(a confirmar)

Dra Márcia Nascimento (GT Década das Línguas Indígenas – Kaingang)

Ms. José Benites  (Professor e pesquisador Guarani)

Josiane de Lima Tschucambang (Professora e pesquisadora Laklãnõ-Xokleng)

Local: Auditório CCE(a confirmar)

12h –Almoço

14h – Roda de conversa: Sobre práticas de pesquisa na LII e a questão linguística

Entre os membros da Mesa-redonda e os estudantes e docentes da LII.

Políticas Linguísticas: discussão teórico-metodológica

Apresentação

Esta frente de trabalho discute, revisa, expande e analisa os conceitos e metodologias envolvidos no campo da política e planejamento linguístico (PPL). Nossa abordagem privilegia um olhar crítico, que considere as relações de poder inscritas nos espaços institucionais e não institucionais que regulam, orientam e influenciam o comportamento linguístico dos sujeitos, grupos e comunidades. Valorizamos e reconhecemos diferentes contextos acadêmicos e políticos envolvidos com PPL, como os contextos africanos, árabe, latino-americano e indígenas. Buscamos compreender, de forma mais ampla, a dinâmica relação entre língua, política e justiça.

Trabalhos publicados: 

ABDELHAY, A.; MAKONI, Sinfree. B.; SEVERO, Cristine Gorski (Orgs.) . Language Planning and Policy: Ideologies, Ethnicities, and Semiotic Spaces of Power. Newcastle upon Tyne: Cambridge Scholars Publishing, 2020.

SEVERO, Cristine Gorski; ABDELHAY, A. Políticas linguísticas no mundo árabe: por uma sociolinguística da revolução. In: Atilio Butturi Junior; Sandro Braga; Thiago Barbosa Soares. (Org.). OS ESTUDOS NO CAMPO DISCURSIVO. 1ed.Campinas: Pontes, 2020, v. 1, p. 337-352.

LOPES DA SILVA, Fabio; SEVERO, Cristine Gorski. Para uma crítica à noção de diferença: o caso da política linguísticaRevista da ABRALIN, v. 19, p. 1-38, 2020.

SEVERO, Cristine Gorski. Oralidade, prática social e política linguística. Letra Magna (Online), v. 15, p. 465-484, 2019.

SEVERO, Cristine Gorski; GORSKI, Edair . Revisitando Whitney: das dimensões social e política no estudo da linguagem. ACTA SCIENTIARUM. LANGUAGE AND CULTURE (IMPRESSO), v. 41, p. 1-12, 2019.

SEVERO, Cristine Gorski; GORSKI, Edair . A linguística e suas genealogias: sobre percursos (des)enlaçados. REVISTA DO GELNE, v. 21, p. 178-190, 2019.

SEVERO, Cristine Gorski; MAKONI, Sinfree. B. . Políticas Linguísticas Brasil-África: Por uma perspectiva crítica. 1. ed. Florianópolis: Insular, 2015. v. 1. 136p .

SEVERO, Cristine Gorski. Política(s) linguística(s) e questões de poderAlfa: Revista de Linguística (UNESP. Online), v. 57, p. 451-473, 2013.

SEVERO, Cristine Gorski. A diversidade linguística como questão de governoCalidoscópio (UNISINOS), v. 1, p. 107-115, 2013.

SEVERO, Cristine Gorski. Intervenções nas línguas: reflexões em torno de política e de identidadeRaído (UFGD), v. 2, p. 61-74, 2008.

SEVERO, Cristine Gorski. Por uma perspectiva social dialógica da linguagem: repensando a noção de indivíduo. 2007. 255 f. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de SantaCatarina, Programa de Pós-Graduação em Lingüística, Florianópolis-SC.

 

Observatório do Direito Linguístico

OBSERVATÓRIO DO DIREITO LINGUÍSTICO

(Jael Sânera Sigales Gonçalves, IEL/Unicamp; IFSul)

O Observatório de Direito Linguístico é um painel online interativo indicativo de diferentes documentos de Direito Linguístico e Políticas Linguísticas. A partir de um trabalho coletivo e contínuo de atualização, envolvendo pesquisadores de diferentes instituições, o Observatório busca oferecer um inventário de legislação, decisões judiciais, projetos de lei, publicações e instituições voltadas ao campo das Políticas Linguísticas e do Direito Linguístico, abrangendo tanto a realidade nacional e internacional.

LINK AQUI: OBSERVATÓRIO DO DIREITO LINGUÍSTICO 

II SEMINÁRIO DE LINGUÍSTICA E HISTÓRIA

II Seminário de Linguística e História

1  e 3 de dezembro de 2021

 

Sobre: evento organizado como fruto da parceria entre os grupos de pesquisa Políticas Linguísticas Críticas e Sintaxe Histórica do Português Brasileiro, com apoio da Pós-Graduação em Linguística (UFSC). Busca-se divulgar pesquisas e trabalhos que articulem sócio-história e história interna das línguas, com enfoque no português brasileiro.

Inscrições para ouvintes: pelo chat do you tube, no decorrer do evento.

Transmissão: canal do you tube do grupo Políticas Linguísticas Criticas

Programação e resumosProgramação e resumos

Programação geral:

10h Conferência ou roda de conversa  /  15h Apresentação de trabalhos

  • Dia 1/12: História social das línguas
  • Dia 3/12: Histórias das línguas

Programação detalhada:

01 de dezembro

10h Conferência – LÍNGUA E DIVERSIDADE: IMAGENS SOBRE AFRICANOS E POLÍTICAS LINGUÍSTICAS RELACIONADAS À ESCRAVIDÃO

Dra. Ivana Stolze Lima – Fundação Casa de Rui Barbosa/RJ

Mediação: Dra. Cristine Severo (UFSC)

Link de transmissão: https://youtu.be/AwICLZMUKjM

01 de dezembro

15h Apresentação de trabalhos 

A HISTÓRIA SOCIAL DO LATIM E O MULTILINGUISMO NO MEDITERRÂNEO ANTIGO / David Pessoa de Lira (UFPE)

LA GESTACIÓN DEL CONCEPTO DE LENGUA Y LA PERMEABILIDAD DE LAS NUEVAS REALIDADES COMUNICATIVAS / María Antonieta Flores Ramos (DO/UFMT)

DA DIFERENÇA COLONIAL AO ESQUECIMENTO: POLÍTICAS NACIONAIS DE HOMOGENEIZAÇÃO LINGUÍSTICA / Clóvis Alencar Butzge (UFFS)

IDEOLOGIAS LINGUÍSTICAS E OS CONTATOS DE LÍNGUA NA CONSTITUIÇÃO DO ESPANHOL MEDIEVAL / Carlos Felipe Pinto (UFBA)

DA LÍNGUA QUE FALA À HISTÓRIA QUE SE ESCREVE: O RACISMO ESTRUTURAL NA CONSTRUÇÃO DA ANTROPONOMÁSTICA BRASILEIRA – POLÍTICAS E DIREITOS LINGUÍSTICOS- UMA QUESTÃO DE APAGAMENTO / Adriana dos Santos Silva (ME/FFLCH-USP)

Link da transmissão: https://youtu.be/WxHs0ikQA6g

03 de dezembro

10h Roda de conversa – PESQUISAS ATUAIS EM LINGUÍSTICA E HISTÓRIA

Dr. Leonardo Marcotulio (UFRJ)

Dr. Américo Venâncio Lopes Machado Filho (UFBA)

Mediação: Dr. Marco Antonio Martins (UFSC) e Dra. Cristine Severo (UFSC)

Link de transmissão: https://youtu.be/MG_AKpU4ItU

03 de dezembro

15h Apresentação de trabalhos 

MUDANÇA ESTABILIZADA E EM ANDAMENTO EM PB: A RELAÇÃO ENTRE OBJETO E SUJEITO NULOS / Gabriel de Ávila Othero (UFRGS) e Melissa Lazzari (UFRGS)

CONTATO LINGUÍSTICO NA CONFIGURAÇÃO DO PORTUGUÊS DE RORAIMA (SÉC. XVIII) / Eliabe Procópio (UFRR)

O VUESTRA MERCED NO TEATRO BREVE DO SÉCULO DE OURO ESPANHOL: UM OLHAR PARA ESTUDOS DE PEÇAS TEATRAIS DOS SÉCULOS XVI E XVII / Camila Rodrigues Albuquerque (ME/UFSC)

AMIGADO, CONCUBINO, AMÁSIO(ADO) OU AMANCEBADO? UMA PROPOSTA DE DESCRIÇÃO CONTRASTIVA DA NORMA LEXICAL DO PB E DO PE EM PERSPECTIVA HISTÓRICO-DIALETOLÓGICA / Daniel Abud Marques Robbin (ME/UFSC)

CAMINHOS DA ÁFRICA: O PRETOGUÊS E O PAPEL DAS LÍNGUAS AFRICANAS NA HISTÓRIA LINGUÍSTICA DO BRASIL / Arnaldo César Roque (ME/UFSC)

Link de transmissão: https://youtu.be/qGVRjSTJ9wc

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Envio de propostas: até 15 de novembro

Resumo: 300 palavras

Título no corpo do email: “resumo para Seminario Linguistica e Historia”

Proposta com nome, instituição, nível de formação, link para lattes e email. 

Contato: plcriticas@gmail.com

Apoio e parceria:

  

III ENCONTRO DE POLÍTICAS LINGUÍSTICAS, DIREITO LINGUÍSTICO E JUSTIÇA SOCIAL – 9 a 12 NOV 2021

III ENCONTRO DE POLÍTICAS LINGUÍSTICAS, DIRETO LINGUÍSTICO E JUSTIÇA SOCIAL

09 a 12 de novembro de 2021

O evento virtual é organizado por grupo de pesquisa vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Linguística/UFSC, em parceria com docentes de outras instituições.
O evento contribui para a divulgação das discussões envolvendo políticas linguísticas em interface com os direitos linguísticos. Serão explorados quatro grandes temas: Direito linguístico: estado da arte; Direitos Linguísticos na América Latina; Protagonismo indígena; e Olhares do Sul Global. Busca-se contribuir com o debate envolvendo línguas, instituições, sociedade civil,  Direito e direitos.
O I e II Encontros ocorreram em  novembro de 2019 e 2020, respectivamente. O evento será transmitido pelo canal do you tube do grupo de políticas linguísticas críticas.
As inscrições serão feitas no dia do evento, com link a ser disponibilizado no chat da transmissão.

 

Inscrições: a inscrição será feita no dia do evento. Será disponibilizado um link para a inscrição no chat do you tube, no decorrer da atividade ao vivo.

FB Politicas Linguisticas Criticas

Siga o Canal You Tube Políticas Linguísticas UFSC

CRONOGRAMA 

10h Mesa-redonda ou conferência /  15h Roda de conversa ou estado da arte

Interpretação para Libras nas atividades à tarde e dias 09 e 11/11 de manhã

Programação Geral:
09/11 Direito Linguístico e discurso
10/11 Coletivos e Vozes indígenas
11/11 Direitos linguísticos e direitos humanos na América Latina
12/11 Políticas Linguísticas e o Sul Global: uma agenda decolonial
Descrição:
Cartazes de fundo azul e letra branca, com programação detalhada das atividades: nomes das/dos palestrantes e fotos de cada uma/um.
No dia 09/11 às 10h:Direito Linguístico e discurso: Drª Jael Sânera Sigales Gonçalves (AGU/UNICAMP), Drª Fernanda Castelano Rodrigues (UFSCar), Dr. Paulo Sérgio da Silva Santos (UFS).
Fotos: as três pessoas são brancas e estão sorrindo. Jael de cabelo preto, liso e preso, com óculos quadrado, casaco branco, blusa azul e fundo com estante de livros; Fernanda tem cabelo grisalho e curto, está de blusa feminina preta, colar vermelho e fundo de parede branca com quadro; Paulo está de camisa social preta, gravata vermelha, tem cabelo curto e fundo de um lugar com outras pessoas.
No dia 09/11 às 15h: Dr. Ricardo Nascimento Abreu (UFS), Drª Julia Izabelle da Silva (UNESPAR), Ms. Maria Clara Mayworm (UFF), Ms. Josefa F. do Nascimento (DO/UFSC) e Ms. Cristian Edevaldo Goulart (DO/UFSC).
Fotos: Todas as pessoas são brancas.  Ricardo tem cabelo curto, usa óculos e está de camisa social preta e paletó, com fundo branco;  Julia Izabelle está de blusa justa cor roxa, óculos de sol, tem cabelo comprido preto e o fundo parece uma casa estilo europeu; Julia Maria Clara está de blusa azul e casaco azul, cabelo preto comprido e liso, com fundo de um rio; Josefa está de cabelo solto, preto e liso, com sorriso e fundo branco; Cristian tem cabelo curto, camisa azul, cabelo bem curto e fundo com paisagem verde.
No dia 10/11 às 1oh: Protagonismo das línguas indígenas durante a pandemia de Covid-19: José Fernandes, Tikuna, ativista, biólogo e doutorando do PPGAS/Museu Nacional; Cláudia Ferraz, povo Wanano, coordenadora da Rede de Comunicação Indígena Wayuri – Alto Rio Negro; Mediação: Dra. Leticia Cao Ponso (FURG).
Foto: José está sério, cabeça levemente inclinada, cabelo curto, etnia indígena, camisa azul e fundo de natureza (terra de chão com árvore); Cláudia tem cabelo preto curto, está de blusa de alça azul, com estampa que combina com a máscara que está cobindo o rosto; fundo há parede branca com imagem redonda de palha; Leticia está de cabelo solto, blusa vermelha, no ombro, óculos quadrado, sorriso e fundo com natureza.
No dia 10/11 às 15h: Idiane Crudzá, do povo Kariri-Xocó (Alagoas), Jocelino Tupiniquim (Espírito Santo), Mediação: Dr. Evandro Bonfim e Mediação: Dr. Leandro Durazzo.
No dia 11/11 às 10h: Direitos Linguísticos e Direitos Humanos na América Latina: Drª Adriana Rodríguez Caguana (Universidad Andina Simón Bolívar – Equador); Drª Fernanda Castelano Rodrigues (UFSCar); Dr. Ricardo Nascimento Abreu (UFS).
Foto: Adriana tem cabelo longo, cacheado, pele branca, blusa listrada e bleiser braco, com fundo verde. As demais fotos se repetem.
No dia 11/11 às 15h:  Drª Julia Izabelle da Silva (UNESPAR), Drª Jael Sânera Sigales Gonçalves (AGU/UNICAMP), Ms. Lia Nara Figuerêdo da Silva (DO/UFS).
No dia 12/11 às 10h: A linguagem e os limites do antropocentrismo: Dr. Pedro Amorim De Oliveira Filho (UFRB/Música e Cultura); Dr. Leandro Durazzo (UFRN/Antropologia); Dr. Marcelo Buzato (Unicamp/Linguística Aplicada) e Mediação: Dra. Cristine Severo (UFSC)
No dia 12/11 às 15h:  Território e línguas indígenas: pautas que se entrelaçam: Ivo Macuxi (Advogado e assessor Jurídico do CIR), Anari Braz Bomfim (Membro do Atxohã e Doutoranda em Antropologia Social/UFRJ), Mediação: Vanessa Sagica (UFSC/DO, Povo Macuxi e Wapichana) e Mediação: Cristine Severo (UFSC).

09/11 Direito Linguístico e discurso

Transmissão: https://youtu.be/4WOyOK9-2ak

Transmissão: https://youtu.be/H44BTc1-qnk

10/11 Coletivos e Vozes indígenas

Transmissão: https://youtu.be/uIzKyHAp_Us

Transmissão: https://youtu.be/Mkc6wrqgO2Q

11/11 Direitos linguísticos e direitos humanos na América Latina

Transmissão: https://youtu.be/pLKPlHzfBek

Transmissão: https://youtu.be/fARqx6PkM4I

12/11 Políticas Linguísticas e o Sul Global: uma agenda decolonial

Transmissão: https://youtu.be/CYQBcRGwfsM

Transmissão: https://youtu.be/UwT2rxEwrRw

 PROGRAMAÇÃO COMPLETA

Projetos do grupo

O grupo de pesquisa desenvolve projetos coletivos e individuais, de pesquisa e extensão.

Confira a lista de projetos e propostas:

Projeto de Extensão (2021-2023): ORALIDADES, MULTILINGUISMOS E LETRAMENTOS POLÍTICOS: DIÁLOGOS COM A EDUCAÇÃO

(UFSC, UEM/Moçambique, Instituto Superior de Ciências da Educação/Angola, UNILAB/BA, UFS) 

Este projeto de extensão está cadastrado no sistema UFSC (Sigpex) e propõe um diálogo entre as políticas linguísticas e a esfera educacional no que tange três elementos interligados: os conceitos de língua e oralidade, as propostas de educação multilingue e os letramentos políticos. Buscamos uma abordagem sensível às realidades locais, criando, em parceria com os sujeitos interessados, projetos que reconheçam a pluralidade linguística, a partir da perspectiva local em diálogo com discursos e práticas institucionalizados. Reconhecemos o papel que a educação escolar desempenha na legitimação institucional de uma língua, daí a importância da escola reconhecer a diversidade a partir dos interesses e visões locais.

Neste projeto de extensão, ao aproximar três contextos educacionais – Moçambique, Brasil e Angola – em que o ensino de língua portuguesa é um elemento fortemente orientador de políticas de letramento, buscamos salientar e dar visibilidade às especificidades educacionais em relação: ao conceito e ao tratamento da diversidade linguística na esfera escolar; ao tratamento e conceito de oralidades e ao papel dos letramentos políticos na formação de estudantes e professores.

 

Projeto de pesquisa (2020-2023): POLÍTICAS LINGUÍSTICAS E SÓCIO-HISTÓRIA DAS ORALIDADES INDÍGENAS E AFRICANAS NO BRASIL: IMPLICAÇÕES EDUCACIONAIS

(Cristine Severo, UFSC)

Este projeto dialoga com  pesquisa PQ  da docente Cristine Severo (2017-2020), que buscou analisar as políticas linguísticas missionárias no contexto colonial, com enfoque na relação dos jesuítas com as línguas indígenas e africanas (SEVERO, 2019). A partir disso, julga-se relevante aprofundar os sentidos de oralidade  em relação aos conceitos de memória, tradição, corpo, literatura oral e letramento,  com fins de compreender a maneira como: (i) as políticas linguísticas implícitas e institucionais abarcam as línguas indígenas e africanas no Brasil colonial e pós-independência; (ii) a oralidade integra o imaginário e as práticas linguísticas no Brasil, ajudando a definir, por exemplo, o que conta como português popular brasileiro; (iii) as políticas contemporâneas educacionais apreendem os significados de oralidade na sua relação com o ensino de língua portuguesa.

Objetivo geral: analisar os sentidos de oralidade indígena e africana, atentando para os significados locais e a relação com as políticas linguísticas.

Objetivos específicos:

  1. Analisar o sentidos de oralidade indígena nos contextos colonial e contemporâneo, levando em conta perspectivas não-indígenas e indígena.
  2. Analisar os significados das oralidade bantu nos contextos colonial e contemporâneo, levando em conta perspectivas não-africanas e africanas.
  3. Destrinchar os significados de oralidade em relação com as noções de prática oral e tradição oral, a partir de perspectivas teóricas e locais, sejam elas indígenas, africanas ou europeias.
  4. Averiguar os modos de subversão das políticas linguísticas jesuíticas – pautadas nos modelos dos aldeamentos e engenhos – pelos indígenas e africanos, com enfoque na concepção de língua seguindo a cosmovisão desses sujeitos.
  5. Discorrer sobre o significado da linguagem tomada como experiência, sinalizando para o papel do corpo, da estética, da musicalidade, dos ritmos e da natureza (vida não-humana) na construção de sentidos de língua.
  6. Refletir sobre a história de formação do português popular brasileiro a partir do conceito de oralidade em sua relação com as heranças africanas e indígenas.
  7. Refletir sobre a contribuição desta pesquisa para se pensar as políticas educacionais contemporâneas de ensino da língua portuguesa, no que diz respeito à oralidade.

Assim, de forma resumida, a metodologia de pesquisa adotada envolve:

  • Revisão bibliográfica e levantamento documental sobre os sentidos atribuídos à oralidade africana e indígena no contexto colonial. Para tanto, serão consultados acervos históricos – acervos jesuíticos e historiográficos – voltados para a experiência colonial no Brasil, em Angola e no Congo.
  • Revisão bibliográfica de autores/pesquisadores europeus, africanos e indígenas sobre os conceitos de oralidade, tradição e memória.
  • Reflexão teórico-analítica sobre a linguagem tomada como experiência, a partir da perspectiva dos sujeitos indígenas e africanos – e de suas cosmovisões, vinculadas aos usos ritualísticos, estéticos e políticos da língua, o que implica tanto pesquisas orientadas ao campo, como revisão bibliográfica de trabalhos feitos por sujeitos indígenas e africanos sobre suas práticas linguísticas.
  • Reflexão sobre as implicações dos conceitos locais de língua para se pensar políticas educacionais contemporâneas, com atenção especial aos sentidos de oralidade em documentos oficiais.

 

Projeto de pesquisa: ESCRITAS AFIRMATIVAS: REPOSITÓRIO DIGITAL DA PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS INDÍGENAS E QUILOMBOLAS

(Leticia Ponso Cao, Universidade Federal de Rio Grande)

Esta pesquisa – cujo produto final será um repositório digital de produções científicas de estudantes indígenas e quilombolas – dá sequência a um projeto anterior, de acompanhamento pedagógico de seu letramento acadêmico, e está baseada na orientação teórico-epistemológica dos Novos Estudos de Letramento (LEA; STREET, 2006; KLEIMAN, 2005; CANAGARAJAH, 2005) e da Sociolinguística da Escrita (ZAVALA, 2010; 2011). Além disso, adota a perspectiva analítica da Sociolinguística Interacional e Etnografia da Comunicação (GUMPERZ, 1982; RIBEIRO; GARCEZ, 2002), entendendo os usos da escrita como práticas sociais que refletem as relações de poder e as desigualdades – entre elas étnico-raciais -, que se agravam nos contextos de hegemonia das epistemologias moderno-ocidentais (QUIJANO, 2005), especialmente em espaços institucionais acadêmicos. O projeto propõe construir ferramentas metodológicas, analíticas e teóricas para a compreensão das práticas e dos eventos de letramento acadêmico de estudantes indígenas e quilombolas da Universidade Federal do Rio Grande e de outras universidades brasileiras, especialmente em gêneros textuais da esfera acadêmica, como resumos, resenhas, TCCs, comunicações orais, apresentações em seminários e congressos. Assim, este projeto busca contribuir para práticas pedagógicas orientadas para relações educativas antirracistas, decoloniais e contracoloniais tal como vêm sendo propostas em universidades da América Latina no sentido de uma política linguística afirmativa ou reparatória.

Projeto de extensão: REVITALIZAÇÃO E DIFUSÃO DAS CULTURAS GUARANI E KAINGANG EM RIO GRANDE

(Leticia Ponso Cao, Universidade Federal de Rio Grande)

Este projeto de extensão e cultura parte do vínculo de professores e estudantes da Universidade Federal do Rio Grande com as aldeias indígenas da cidade (sendo duas aldeias guaranis – Para Roke, cacica Talcira, e Y´yrembé, cacique Eduardo, e uma aldeia kaingang, Goj Tanh, cacique Cláudio) por meio de um diálogo entre o mundo acadêmico e o mundo dos saberes tradicionais, centrado na transmissão oral que preserva conhecimentos acumulados durante séculos no sul do Brasil. Em parceria com o recém-criado Conselho Municipal dos Povos Indígenas – CMPI -, criado pela Lei Municipal nº 8.445 de 07 de novembro de 2019, órgão público para as políticas e ações executadas pelo Município do Rio Grande relacionadas às populações indígenas, este projeto tem como principal objetivo a promoção e a divulgação das culturas kaingang e guarani junto à comunidade por meio de ações de extensão e cultura como mídias sociais, exposições, feiras, vivências práticas, saídas de campo, criações artísticas e artesanais, intervenções, produções escritas, com vistas a um diálogo interepistêmico e uma maior compreensão das culturas autóctones da territorialidade ocupada por esta universidade.

Projeto de extensão: QUILOMBOTECA

(Leticia Ponso Cao, Universidade Federal de Rio Grande)

A construção de uma identidade racial desde a infância e o debate sobre as relações étnico-raciais são essenciais para o enfrentamento do racismo. No ano de 2019, em evento da comunidade quilombola, Bruna Farias e Charlene Bandeira, alunas negras e quilombolas do Curso de Psicologia na Universidade Federal do Rio Grande, criaram a Quilomboteca, um espaço afrocentrado lúdico e formativo para crianças. O presente projeto propõe a ampliação da ação como espaço contínuo e itinerante de expressão da cultura quilombola, vinculado ao Núcleo de Pesquisa e Extensão sobre o Bebê e a Infância e ao Grupo de Estudos de Saúde Coletiva dos Ecossistemas Costeiros e Marítimos (FURG) e a diversas Comunidades Remanescentes de Quilombos da Região Sul. Participarão da equipe docentes, alunos de Psicologia e áreas afins e comunidade. A ação é direcionada a crianças convidadas por conveniência. Encontros quinzenais com uso de mídias e recursos lúdicos serão realizados remotamente enquanto durar a pandemia de COVID-19. A equipe realizará reuniões semanais para planejamento e avaliação. Espera-se que a Quilomboteca represente uma forma de aproximar ainda mais as crianças negras de sua história.

Projeto de extensão: OBSERVATÓRIO DO DIREITO LINGUÍSTICO 

(Jael Sânera Sigales Gonçalves, IEL/Unicamp; IFSul)